Alexandra canta o feminino
Festejos foi parar na Paraíba! Confira a reportagem da coluna Vida e Arte, do jornal sobre essa linda festa!
"Na letra de 'Coqueiro novo', Paulo Cesar
Pinheiro homenageia as morenas artesãs do porto de Cabedelo. A canção era uma
das 60 que foram parar nas mãos da intérprete Alexandra Nicolas, que teve que escolher 13 para o repertório de
Festejos (Acari Records, R$ 30,00).
No disco de estreia, a cantora maranhense
celebra o feminino a partir do olhar do compositor carioca que consegue captar
a sensualidade de uma mulher "em
extinção": "Nenhuma mulher
conseguiria ver o que Paulo César Pinheiro consegue ver", diz Alexandra. "Ele descreve a mulher que construiu um Brasil brejeiro, que não existe
mais."
Inspirado no show Senhora das Candeias do Maranhão, de 2009, o trabalho tem produção musical de Luciana Rabello, que foi quem mudou os rumos iniciais do projeto, originalmente uma homenagem a Clara Nunes (1942-1983).
Inspirado no show Senhora das Candeias do Maranhão, de 2009, o trabalho tem produção musical de Luciana Rabello, que foi quem mudou os rumos iniciais do projeto, originalmente uma homenagem a Clara Nunes (1942-1983).
"Ela
(Rabello) ficou encantada com a ideia, mas me disse que a Clara ficaria muito
mais feliz se eu tentasse ser mais eu", conta a intérprete, que foi
convidada pela produtora (uma das maiores cavaquinistas do mundo e atual esposa
de Paulo César Pinheiro) para ir à casa do casal e conhecer o compositor, um
dos principais compositores e ex-marido de Clara Nunes.
"Fiquei
durante dois anos indo e voltando do Rio", lembra a maranhense, que
ganhou de presente de Paulo César Pinheiro 20 canções gravadas em fitas cassete
que Alexandra ouviu no gravador empoeirado que utilizava quando ainda
trabalhava como fonoaudióloga em São Luís. "As vinte canções se transformaram em 60. Descobri um Paulo César que
ninguém conhecia, que cantando as mulheres estava não apenas falando da minha
própria infância como das mulheres da minha vida."
Filha de mãe solteira, criada pela avó e pela
tia, Alexandra Nicolas teve uma infância parecida com outras cantoras brasileiras
cuja história tanto a fascina, como Elza Soares, Carmen Miranda (1909-1955) e
Elizete Cardoso (1920-1990). "Elas
me instigavam e eu não sabia o porquê", relata. "A história das cantoras brasileiras é
repleta de mães solteiras ou filhas de mães solteiras."
Mas por trás das mulheres de Festejos há também
grandes homens: além de Paulo César Pinheiro, João Lyra participa como
compositor, violonista e arranjador de algumas faixas do disco. "João Lyra, pra mim, foi o maior presente
que o disco podia me render além do Paulinho", exalta Nicolas. "Hoje, se eu pudesse escolher alguém para ficar o tempo inteiro comigo
seria o João, pela sua felicidade, alegria, e por ter uma pegada como a minha."
Após temporadas lotadas do show Festejos em São
Luís, no ano passado, Alexandra Nicolas pretende, agora, levar o disco
para o resto do Brasil. "Acho que
os últimos shows deste ano serão transformados em DVD", avisa a
artista, que quer gravar novo CD em 2015."
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