Sobre a turnê "Eu vou bulir com tu"

| 23 de dez. de 2016 | , |


Há aproximadamente sete anos ouvimos falar dela pela primeira vez, que já era cantora conhecida em nossa cidade e com quase 20 anos de carreira. Nosso amor pela arte de Alexandra Nícolas foi quase imediato. Amor à primeira música, à primeira apresentação. Tudo – absolutamente tudo: voz, figurino, corpo de baile, roteiro, canções, interpretação, passos, harmonia - era muito significativo.
A relação da artista com o seu espaço sagrado é íntimo.
De Senhora das Candeias a Festejos um período de deserto. Em seguida, o primeiro encontro, o primeiro abraço, a aproximação concreta em cada show, cada passo desde a sua chegada definitiva as nossas vidas foram muito valiosas. Alegrias que certamente guardaremos em nossa memória intelectual e afetiva por muito tempo – desse tipo de situações que vivemos que, sem razão nenhuma (ou todas), nos fazem sorri espontaneamente.
Embora nossa estreita afinidade e latente alegria por tudo o que vivemos, é impossível não pensar em “Eu vou bulir com tu” como um início.
Desde de que - graças a Deus - inventou que sua vocação era bulir (literalmente) as cores intensas e as luzes fortes têm sido companheiras de vida. Esse talvez seja o momento mais vibrante, mais gostoso de ser vivido.
O primeiro show foi o mais emocionante. Havia grande ansiedade, expectativa e desejo para a sua volta aos palcos. A Praça Nauro Machado estava em ebulição. Muitas mil pessoas para o show de estreia e o lançamento do single, que tem participação especial de Carlinhos de Jesus; o segundo show deixou claro que a máxima de São Tomaz de Aquino que diz: “a alma vive mais onde ama que onde anima” lhe cai tão bem como uma luva. O que nos saltou aos olhos foi a constatação de que à medida que fica mais intenso, o evento fica melhor porque não há como fingir, como interpretar uma felicidade tão latente. Nossa artista se concentra, entrega-se literalmente e vai. Chega forte, chega com a sua verdade.
O terceiro show foi o mais pleno uma vez que a nossa cantora é plena quando está onde e com quem está: olha nos olhos, interage, entrega-se. Quem acompanha a artista sabe que ela dedica boa parte do seu tempo para pesquisar, estudar e elaborar seus espetáculos musicais. O resultado, inevitavelmente, é uma festa impecável!! O quarto show foi  a consolidação de que experimentar em cada show com ela não é ser mero expectador. Há uma sensação de pertencimento muito é concreta!
O quinto show foi, a meu ver, o melhor de todos. Impecável. Vi, em diversos momentos, pessoas emocionadas, sorridentes, dançantes, rendidas ao seu ritmo e extasiadas com o que estava vendo em sua frente. Alexandra nos deixou absolutamente felizes com cada passo dado, cada provocação! Esse evento também chamou a atenção pela qualidade técnica. Não que os outros tenham deixado a desejar nesse aspecto, mas nenhum ruído estranho, nenhuma falha, público entrosado, comunicação no olhar em perfeita sintonia, cores e luzes na medida certa. IMPECÁVEL!! Interessante que o sábado iniciou nublado, a cidade parecia um tanto sem movimento, mas o bulimento pôs fogo na praça.
O sexto show foi o mais glamouroso! Ela chegou um luxo, dourada, reluzente, como uma energia esfuziante que dava pra sentir a muitos metros de distância. Um momento especial desse espetáculo foi a participação do bailarino carioca Calinhos de Jesus bulindo com ela – conosco, porque ele desceu do palco e fez a festa juntinho da gente!
O sétimo e último show foi o mais surpreendente. Foi a prova de que temos uma cantora muito comprometida, responsável, corajosa e muito disposta; foi o show em que percebemos que tudo o que foi feito era por vontade mesmo, por amor. Repito: é impressionante e surpreendente o que ela pode fazer quando se acha que não há mais o que melhorar!
Nem de longe (ou perto) pensamos numa turnê assim. Cada evento foi uma surpresa diferente e me fez descobrir uma particularidade da nossa cantora. Foi uma identificação imediata! Alexandra está absurdamente linda, sua competência artística muito mais evidente, forte e íntegra. Tão ela, tão verdadeira, sem interpretações, sem fingimento - inteira!

Que 2017 traga mais bulimento assim! Seria uma alegria magistral!

Alice Moraes

edit

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