Entrevista à Rádio Universidade

| 28 de fev. de 2013

Alexandra foi entrevistada por Gilberto Mineiro, no programa "Companhia da Música" na noite desta quinta-feira, 28 de fevereiro.

  

Ela contou ao Gilberto as concepções iniciais do CD, suas idas ao Rio de Janeiro e desejo de homenagear Clara Nunes. A pedido de Luciana Rabello, elaborou um show seu com músicas inéditas de Paulo César Pinheiro. Entre a vida de fonoaudióloga e a vida artística, ela optou pela música.

O Cd maravilhoso é fruto de muito trabalho e de pesquisa! Uma festa completa!

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Venda de Ingressos

| 26 de fev. de 2013





            OS INGRESSOS DO NÍVEL PLATEIA DO DIA 07 DE MARÇO JÁ ESTÃO ESGOTADOS, mas ainda tem Frisa e Camarote para o dia 7 de março. Não demore! Compre logo seu ingresso para show Festejos!

      Alexandra também se apresentará no dia 08. Os ingressos podem ser comprados na bilheteria do Teatro ou no quiosque Toca da Empada, no Tropical Shopping (Renascença I).

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Entrevista

| 26 de fev. de 2013

A turma do segundo período de Comunicação Social - Jornalismo, da Universidade Estácio / Faculdade São Luís,  entrevistou a cantora Alexandra Nícolas, na aula de Laboratório de Mídia Impressa I.





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Entrevista

| 25 de fev. de 2013


Entrevista ao JMTV 25/02


Alexandra foi entrevistada por Regina Souza, no antigo casarão onde nasceu Arthur Azevedo para falar do seu cd Festejos! O lançamento acontecerá nos dias 07 e 08 de Março no Teatro Arthur Azevedo.





A cantora Alexandra Nícolas, prepara o show para divulgação do CD Festejos, em que interpreta, entre outras, canções do compositor Paulo Cesar Pinheiro.
Ela, que canta desde os seis anos de idade, lembra que era solicitada para cantar músicas de Clara Nunes em rodas de samba que meu pai fazia. “Venho de uma família de músicos: meu pai, meu primo, meu irmão. É a música completamente na veia”, diz.
Anos mais tarde, os pais, no entanto, decidiram que ela deveria seguir uma carreira na área médica. A cantora, então, virou fonoaudióloga, profissão na qual atuou durante 10 anos. Nesse período, todo ano fazia um grande espetáculo. A paixão pela música falou mais alto. Logo percebeu que deveria seguir seu coração.
Foi a admiração por Clara Nunes que levou a cantora ao encontro da cavaquinista Luciana Rabelo, que é a atual mulher de um dos grandes compositores brasileiros: Paulo César Pinheiro, ex-marido de Clara Nunes. “Quando ela me olhou a primeira vez falou que não acreditava que eu ia homenagear alguém podendo ser eu mesma. Ela disse que acreditava que a Clara ficaria feliz se eu pudesse transcender esse trabalho”.  
Ao pedir para ver o repertório da maranhense, Luciana percebeu que boa parte do que cantava era composição de Paulo César Pinheiro e sugeriu que ela gravasse um CD de inéditas músicas dele. Daí surgiu ‘Festejos’, que traz 13 músicas inéditas do compositor e outros parceiros.
O CD foi gravado no Rio de Janeiro e o título foi inspirado nas raízes de Alexandra Nícolas, na baixada maranhense. O CD Festejos vai ser lançado em shows nos dias 7 e 8 de março, no Teatro Arthur Azevedo, em São Luís.

















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Show Festejos

| 23 de fev. de 2013

Festejos




Show de lançamento do cd de estreia de Alexandra Nicolas, "Festejos", gravado no Rio de Janeiro, com repertório de Paulo César Pinheiro, acontecerá nos dias 7 e 8 de março, às 21h, no Teatro Arthur Azevedo. Os ingressos estarão à venda na bilheteria do teatro e no quiosque da Toca da Empada do Tropical Shopping a partir da do dia 26 de fevereiro. O show Festejo será acompanhado pelos mestres do Choro Carioca.
O diretor geral do espetáculo, Martin Messier, deu algumas informações sobre o show em nossa fã page no Facebook:

“Queria ressaltar em primeira mão para os fãs que toda a equipe de produção do espetáculo está fazendo um trabalho ímpar. Tiro o chapéu para Raquel Noronha, Milena Silva, Paulo Cesar Carvaho e Julienne Santos, que estão configurando e confeccionando todos os detalhes e acessórios visuais do espetáculo. Bom gosto, enaltecendo toda a composição musical.”


Não esqueça e marque na agenda:

 Quando?
7 e 8 de março
 Onde?
Teatro Arthur Azevedo
  Que horas?
Às 21h
  Quanto custa?
Plateia e frisa: R$ 25,00; camarote: R$ 5,00; balcão e galeria: R$ 2,00.



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Lançamento do CD

| 16 de fev. de 2013



Abram alas para ela que a festa começou!!!



As datas escolhidas por Alexandra Nícolas para o lançamento do seu cd, Festejos, já foram divulgadas. Confira:

* DATA: 07 e 08 de Março

* HORA: 21h

* LOCAL: Teatro Arthur Azevedo

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Alexandra no Clube do Choro

| 14 de fev. de 2013

Vamos lembrar de alguns momentos das apresentações da Alexandra no Clube do choro, em 2011








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Visita ao Rio de Janeiro

| 13 de fev. de 2013


Alexandra Nicolas fez uma visita ao Rio de Janeiro para fotografar com os músicos que gravaram seu cd, "festejos". São eles: Adelson Viana (sanfona), Arlindo Carvalho (percussão), Celsinho Silva (percussão), João Lyra (arranjos, violão, viola), Luciana Rabello (cavaquinho e produção musical), Maurício Carrilho (arranjos, violão sete cordas), Paulino Dias (percussão). Vejam algumas fotos!





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Entre Amigos

| 13 de fev. de 2013


Alexandra curtiu uma festa no período carnavalesco com o esposo e alguns amigos na capital maranhense. Veja algumas imagens









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Festejos está cumprindo a sua missão

| 12 de fev. de 2013


As mulheres de Alexandra Nicolas

Reportagem publicada no jornal "O Estado do Maranhão", em 05/02/2012



     Uma publicação recente do caderno alternativo, do Jornal "O Estado do Maranhão", deu ênfase às mulheres do Brasil, que são homenageadas pela cantora Alexandra Nícolas em seu novo cd, "Festejos", com canções de Paulo César pinheiro, algumas o compositor tem parcerias, que tem sua essência nas figuras femininas.

     Com projeto gráfico de Raquel Noronha e imagens Marcos Vasconcelos (fotos feitas no centro de São Luís, no sobrado onde nasceu Arthur Azevedo, em 1855), "Festejos", que tem como subtítulo "Senhora das Candeias do Maranhão", é fruto três anos de pesquisa da cantora. Metade das composições de "Festejos" foi apresentado em 2009, no Teatro Arthur Azevedo, e reapresentado em 2010.

       A obra inicialmente era uma homenagem à Clara Nunes,  uma das principais intérpretes de Paulo César Pinheiro, mas ganhou um novo formato e se tornou uma homenagem às mulheres.

      Paulo César conta que "Alexandra quis fazer um disco louvando às mulheres brasileiras, trabalhadoras e festeiras, do sertão e do litoral, da roça e do subúrbio, da capital e do interior. Ofereci meus guardados, nos quais ela mergulhou por um bom tempo".

        Alexandra revela que essa homenagem não é à toa. Filha de mãe solteira, foi criada pela mãe, avó e a tia. Suas referências femininas, desse modo são muito fortes: "Minhas referências são muito femininas e eu agradeço a Deus por isso. Era um ambiente muito alegre, uma maneira de resolver a vida de forma delicada", revela a cantora.

        Festejos foi gravado pela Acari Records e o show de lançamento será nos dias 7 e 8 de março, no Teatro Arthur Azevedo, centro da capital maranhense.






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Show de Lançamento dias 7 e 8 de março

| 10 de fev. de 2013







Recentemente, Alexandra Nícolas fez uma viagem ao Rio de Janeiro e postou em sua página oficial no facebook o show de lançamento do seu cd, Festejos. Veja só o que a cantora nos disse.

"Gravado no Rio de Janeiro, Festejos terá shows de lançamento 7 e 8 de março em São Luís.
Músicos que participaram da gravação do disco de estreia de Alexandra Nicolas dividirão o palco com ela em turnê que se inicia pela capital maranhense
Recém-chegada do Rio de Janeiro a cantora Alexandra Nicolas confirmou as datas de lançamento de seu disco de estreia, Festejos, cujo repertório é todo de autoria de Paulo César Pinheiro, que assina ainda o texto de apresentação no encarte. Os shows acontecerão no Teatro Arthur Azevedo, dias 7 e 8 de março.
“Fui ao Rio dar um abraço em Luciana [Rabello, diretora musical de Festejos], essa irmã que ganhei. Ir até lá todo ano, nessa data, virou uma obrigação deliciosa. Mas também aproveitei a viagem para confirmar pessoalmente a agenda dos músicos para o lançamento do disco”, conta.
Os músicos que tocaram com ela em Festejos, todo gravado no Rio de Janeiro, irão acompanhá-la na turnê de lançamento do disco pelo Brasil. "Eles confirmaram que seguirão comigo”, emociona-se. A lista é de responsa: Adelson Viana (sanfona), Arlindo Carvalho (percussão), Celsinho Silva (percussão), João Lyra (arranjos, violão, viola), Luciana Rabello (cavaquinho e produção musical), Maurício Carrilho (arranjos, violão sete cordas), Paulino Dias (percussão).


A turnê inicia-se em São Luís do Maranhão, terra de Alexandra Nicolas, e título da última faixa do disco. As datas escolhidas não foram escolhidas ao acaso: “Fiz um disco especialmente para as mulheres brasileiras, as mulheres do povo. Festejos é uma verdadeira louvação a elas. Vamos fazer uma linda festa! Festejar a mulher é o caminho de Festejos”, promete. 
Indagada sobre o que o público ludovicense pode esperar neste ponto inicial da turnê, a artista responde abrindo um enorme sorriso: “Muita alegria, uma qualidade musical raríssima e uma sensação de prazer absoluta ao ouvir cada nota de Festejos.Vou fazer o povo cantar e bater muitas palmas nos sambas de roda! O show será no teatro, mas a vontade de levantar e dançar será grande. Quero que todo mundo deixe o teatro feliz e vibrando”.
Depois de São Luís, Festejos percorrerá as regiões Norte e Nordeste, além de São Paulo e Belo Horizonte. O Rio de Janeiro deve encerrar a turnê, cujas datas serão anunciadas em breve.





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Festejos faixa a faixa

| 10 de fev. de 2013


        
A ser questionada sobre o presente que mais gostou de ganhar, Alexandra Nícolas falou serem as 13 faixas que compõem o CD Festejos. Todas as músicas são de autoria de Paulo César Pinheiro, algumas em parceria. Festejos é um cd que não deixa ninguém parado, tem uma energia empolgante.
         O Jornalista Zema Ribeiro fez uma análise  das faixas que compõem o disco. Confira.

* O Texto abaixo é do jornalista Zema Ribeiro

Faixa 1: Mironga (Paulo César Pinheiro)

“É uma música que abrange todas elas [as mulheres], uma espécie de resumo do disco. São os homens tocando tambor para as mulheres dançarem e festejarem. É uma música completamente masculina, mas eu consigo ver a mulher nela, as mulheres que dançam ao som do tambor. Ele descreve, na verdade, a maneira de tocar, como se aprende a tocar um tambor. No final ele diz que tem mironga aí, ou seja, tem algo muito especial na maneira de tocar. “Tem quem bate e faz zoeira/ tem quem toca como quê/ quem comprou tambor na feira/ esse não sabe bater./ Foi no couro e na madeira/ que me disse um alabê/ tocador de capoeira/ não é de maculelê”. Então ele começa a fazer uma série de pontuações no ato de tocar tambor e as mulheres, como ele diz no texto que me apresenta, estão mirongando ao som do tambor. Mironga é uma festa!”


Faixa 2: Balacoxê de Iaiá (Paulo César Pinheiro)

“Na hora em que eu li o título eu fiquei imaginando um bumbum enorme de Iaiá. Na verdade, Balacoxê veio por essa sensualidade, de cortar cana, da mulher, e eu fiquei fascinada, por que a maneira como Paulo cantou essa canção, o que eu ouvi, é como se estivesse na fala dele, essa mulher, Iaiá, que corta cana, que “bota a roda pra rodar/ eu só vejo esse desenho na cintura de Iaiá”. Foi uma canção em que eu me vi. Me perguntei, meu Deus, será que eu vou cantá-la eu vendo Iaiá ou eu sendo Iaiá? Eu acho que de todas que eu cantei, eu era a Iaiá. Tava em mim, passava por mim, essa história de “como eu vejo, com o punho nas cadeiras/ Iaiá fazer”. Essa descrição pra mim, essa mulher, essa Iaiá, ela é incrível”.



Faixa 3: Passista (Paulo César Pinheiro):

“Foi o primeiro refrão que me chamou muito a atenção: “seu povo já foi do cativeiro/ mas hoje que o samba é uma nobreza/ é ela que reina no terreiro/ do samba outra vez virou princesa”. Achei muito forte ele ter trazido como o povo dela sofreu e como hoje ela é uma rainha, comanda o samba na escola. Isso me fascinou, saber que tem muita gente que vai pra vê-la. O samba trouxe essa majestade pra ela”.


Faixa 4: Coqueiro novo (Paulo César Pinheiro):

“Foi a praia daqui. Uma homenagem à minha praia, à praia em que eu cresci, em que eu brinquei na areia e, lógico, às morenas do Cabedelo, na Paraíba, às quais ele se refere, que fazem acessórios com a palha do coqueiro, vivem disso. São mulheres sofridas, mas quando escuto, eu me vejo na praia, sombra, vento nos cabelos e água fresca. Uma valorização do trabalho dessas mulheres, transformando a palha em objetos, bolsas, cintos, acessórios femininos”.



Faixa 5 Presente de Iemanjá (João Lyra e Paulo César Pinheiro):

“Quando Luciana me mostrou ela falou de uma pessoa que tinha que dirigir os arranjos do disco, chamada João Lyra [que assina parte dos arranjos, violões e viola do disco]. A primeira vez que o ouvi cantando, fiquei fascinada por ele, com a alegria que ele põe na canção. E eu ouvi Presente de Iemanjá com ele cantando e me remete à fartura. Quando fala de “jogar a rede pro céu/ e a rede cai no mar/ o que cai na rede é peixe/ é presente de Iemanjá”, isso me vem como abundância, as mulheres tendo o que comer, os homens saem para pescar e trazem o pão de cada dia, o peixe para fazer o almoço. Eu me vejo numa vila de pescadores. Ele trouxe um arranjo fantástico com Toré de índio pra canção, ficou muito forte. Tem o canto pra sereia, por trás de tudo isso, que é muito marcante. Eu não cantei orixás no disco, mas cantei pra Iemanjá, que pra mim sempre foi uma mulher encantadora, embora eu de início não soubesse bem o que era um orixá. Eu sabia que ela vivia no mar e eu sempre lembro da Iemanjá da Ponta D’Areia toda vez que eu canto”.

Faixa 6: Lavadeira (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro):

“Paulinho me mostrou essa canção, eu já fascinada pelas mulheres, e ele não me contou que ia me mostrar. Eu tava na cozinha da casa dele, comendo, e ele colocando músicas, que ele adora. Quando eu ouvi isso na cozinha eu saí correndo pra sala, “Paulinho, o que é isso?”, e ele já com o sorrisão aberto, por que sabia que eu ia me interessar pela música. Pedi pra ele botar de novo, ele botou. Eu ouvi na voz da Andréia, que é uma cantora que gravou a música. A Luciana perguntou, “mas Alexandra vai gravar? Já gravaram!” E ele disse “não importa. A Andréia sumiu. É ela [Alexandra] quem vai fazer essa música aparecer”. É a canção mais cinematográfica do disco, descreve tudo o que uma lavadeira faz. É de uma sensualidade, de uma sensibilidade tão profunda. A lavadeira passa a ser uma deusa em vez de uma simples lavadeira. Luciana faz um cavaquinho que dói na alma, Mauricio Carrilho fez o arranjo perfeito e ainda criou um canto para a lavadeira: “Lá lá lá ia lá ia/ Madalena foi lavar” e vai embora”.

Faixa 7: Roda das sete saias (Roque Ferreira e Paulo César Pinheiro):

“Eu ouvi cantada por Roque Ferreira, em uma das minhas viagens ao Rio, me apaixonei pela festa. Ela tem oito minutos, é um samba de roda fantástico. Fala das festas populares, tudo o que é cantado nas rodas das festas. Imagina um festejo acontecendo num terreiro, numa casa de festa… os grupos se formam a partir das afinidades: uma roda de samba aqui, uma caixeira tocando ali. Versos que surgem dessas afinidades da festa compondo um samba de roda com a música de Roque Ferreira, a letra de Paulo César Pinheiro e o arranjo de Maurício Carrilho. Eu costumo dizer que não sinto os oito minutos. Termino de cantar e pergunto: “vixe, já foi?” Ela foi uma música muito eleita aqui na minha terra. Fiz uma sessão com os compositores para ouvirmos o disco e muita gente gostou dela, por que ela é forte, ela lembra a gente, ela é muito Maranhão, é nossa…”


Faixa 8: Coco de Canoa (João Lyra e Paulo Cesar Pinheiro)

“Eu sou apaixonada por coco. Eu fui atrás de outro coco. Eu já tinha um coco no disco, acho um ritmo que mexe muito comigo. Quando eu era pequena, eu ia para a Rua Grande, e tinha uma cega que cantava um coco com um chocalhinho. Eu cresci com o coco muito presente na minha vida, mamãe sempre cantava em casa. Eu busquei mais um coco e como eu já tava encantada com o trabalho do João Lyra, com a alegria que ele emprega nas coisas, foi uma das canções que eu trouxe. Ela fala de um flerte na praia, de uma mulher faceira que não sabemos bem se é uma mulher ou uma sereia encantada. Gostei muito desse coco meio embolado, gostoso demais”.

Faixa 9: Coco (Paulo César Pinheiro): 

“O coco é uma paixão. Ele é um trava-língua e a Luciana me mandou como um desafio para uma fonoaudióloga [risos]. Quando eu ouvi, pensei: “não vou conseguir cantar nunca!” É muita coisa e tudo muito rápido. Quando cantei e vi que o teatro todo cantou de novo… eu ensinei apenas uma vez e quando cantei a segunda parte todo mundo riu de tão embolado que tudo fica… e lindo… Fala de quebrar o coco, das quebradeiras de coco, a maneira como quebram o coco, que fazem a roda. Eu ia muito pra Pinheiro passar férias e comia muito coco babaçu. E pra mim não valia comer coco babaçu guardado, que mofa. Eu queria ver era ver o coco babaçu tirado por dona Mariazinha, que trabalhava na casa de meu pai, e a gente ia lá para um cantinho do quintal, debaixo duma árvore, quebrar coco”.


Faixa 10: Bisavó Madalena (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro):

“Foi outra pescaria. Paulinho já atrás dos seus tesouros guardados e ele tentava falar para mim como era a canção. Mas como não vou me apaixonar por uma música que fala da bisavó de Wilson das Neves? Que rodou o Brasil inteiro, que era dançarina de primeira e rodou o país dançando todos os ritmos e era boa de gogó, de samba, de bumba meu boi… quando ouvi fiquei encantada pela música. Wilson já gravou e eu não resisti, por que ela dá um resumo dessa matriarca que recebe esse festejo. E eu pretendo abrir o show com ela”.

11. Soberana (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro): 

“Wilson das Neves novamente. Essa música eu me lembro de Paulinho, ele não só me mostrou, mas ele dançou, me mostrando como eu devia fazer no palco com minha saia. Foi a maneira mais poética, mais romântica, mais soberana que eu vi um homem falar de uma mulher. Eu acho que qualquer mulher no mundo dava qualquer coisa para ser essa mucama à qual ele se referiu. Ela “nunca foi mucama de qualquer laia”. É a música que mais mexe comigo no disco. É a minha música! Eu sou apaixonada… As pessoas perguntam “qual é a música de trabalho?” Eu só digoSoberana. Eu sei que existe essa mulher, até por que eu sei de muitas mulheres que são soberanas. Mas você chega a duvidar, de tão incrível que ela é, você se pergunta, “é tudo isso?”, por que sempre escapa algo, ela é incrível”.

12. Ava Canindé (Paulo César Pinheiro): 

“Foi um Divino Espírito Santo que foi trazido para mim. Luciana mandou propositalmente, pois sabia que eu fui imperatriz na infância [em festejos do Divino, em Pinheiro, pagando promessas de sua mãe]. Eu sempre falo que vejo as mulheres indo para as festas do divino, as caixeiras, as arrumadoras da bandeira, e ela fala da simplicidade e da organização dessa festa. O dia a dia, como as pessoas se vestem, como chegam, descreve a cidade, a igrejinha. E João Lyra trouxe o que há de mais surpresa no disco, o arranjo dessa música. Para quase todos os músicos ela é a mais forte. João não conhecia a batida do Divino Espírito Santo, e no entanto ele trouxe sopros, viola. Ficou muito linda, simples, nostálgica. Para eu conseguir cantá-la do jeito que eu cantei eu me imaginava com João e Paulinho, em um morro bem alto, olhando lá de cima para esta cidade e cantando”.




13. São Luís do Maranhão (Paulo César Pinheiro):



“A maneira como Paulo descreve o Maranhão, a impressão que a gente tem é a de que ele estava aqui, e de uma maneira também muito cinematográfica. Você consegue ver o boi de uma forma tão simples. Cantar minha terra foi uma honra, com a letra dele, então. E ele não conhece. Conhece através de Josué Montello e é capaz de conhecer até mais que eu, por que Paulinho quando vai em um assunto, ele vai fundo, vai além, muito além… Pra mim foi um presente, ele interferiu nesse arranjo, ele estava presente nessa gravação, acompanhou de perto [o saudoso parceiro João Nogueira era, até então, o último artista visitado por Paulo César Pinheiro em estúdio durante a gravação de um disco]. E nada como o nosso mestre Arlindo Carvalho para dirigir e dar esse toque de Boi de Pindaré. Ela fecha o disco, fecha com minha terra, fecha onde nasci, fecha com São Luís”.



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Entrevista* ao jornalista Zema Ribeiro

| 9 de fev. de 2013


Texto original em: Zema Ribeiro



* Texto do Jornalista Zema Ribeiro


“Eu cheguei sem ninguém saber que eu vinha”. Desde antes de nascer Alexandra Nicolas já era uma surpresa. Filha de mãe solteira, foi cúmplice da genitora, que escondeu a gravidez enquanto pode. O pai, músico e boêmio, ela só viria a conhecer aos cinco anos de idade. Foi criada por três mulheres – a mãe, a tia e a avó.

Sua mãe gostava de cantar e foi em uma tertúlia que seus pais se conheceram. Desde cedo a menina pegou gosto pela coisa. “Eu cantava desde criancinha. E eu não podia sair das rodas, que eles me chamavam: “agora é a vez da menina!”. E eu me lembro, muito nova, de cantar músicas de Nelson Gonçalves, Silvio Cesar, Elizete Cardoso, Clara Nunes, Rita Lee, Novos Baianos, Genival Lacerda, Elba Ramalho”, cita entre gostos passageiros e referências que permanecem até hoje.

Acreditando nos sonhos, a adolescente Alexandra chegou a largar o curso de Pedagogia e foi ao Rio de Janeiro estudar canto, dança e teatro. Sua mãe hospedou-a num pensionato, à época inviabilizando a carreira: “Todos os lugares em que eu podia cantar eram à noite e eu tinha que voltar para casa antes da meia noite”, lembra a cinderela de então.






Do pensionato para a música? Nem pensar! Alexandra só pode mudar-se para um apartamento quando passou no vestibular para Fonoaudiologia, profissão em que se formou e exerceu por pouco mais de 10 anos – a música sempre em paralelo, nunca de menor importância, a vida entre o consultório e os palcos. Após coordenar o curso de fonoaudiologia em uma faculdade particular em São Luís, ela deixou a profissão. Da música, afastou-se apenas para dedicar-se às primeiras infâncias de seu casal de filhos, hoje com sete e seis anos. Uma parada apenas temporária, embora ela não viva, ainda hoje, exclusivamente de música.

“Tudo o que fiz até hoje foi por necessidade, por amor, por que eu não consigo fazer nada que eu não pense em fazer bem feito”, diz, talvez explicando a demora em gravar o primeiro disco, Festejos. Mas nada na vida de Alexandra acontece por acaso. “Eu já gostava muito do Paulo César Pinheiro, principalmente suas parcerias com Mauro Duarte, Sivuca, João Nogueira. Vinha de alguns shows por aqui e estava com a ideia de fazer um em homenagem a Clara Nunes. Numa viagem ao Rio, meu amigo Celson Mendes mandou um e-mail para Luciana Rabello. Segundo ele, ela poderia me dar algumas dicas. De início não acreditei muito que ela fosse responder. Ela respondeu e me convidou para ver e ouvir o bandão da Escola Portátil. Algo incrível! Todos os alunos da Escola Portátil, 40 pandeiros, 15 cavaquinhos, 10 flautas etc., juntas, sob uma árvore, tocando ao mesmo tempo com [o baterista] Bolão de maestro”. Terminada a apresentação, Luciana levou-a para tomar um chopp na Visconde de Caravelas, em Botafogo. Era a rua em que ela tinha morado, e Amélia Rabello, irmã de Luciana, morava no mesmo apartamento que Alexandra ocupou em seus dias e noites cariocas. Sem saber, a anfitriã acabou escolhendo ainda a mesma mesa em que a maranhense costumava sentar vindo da faculdade.

Nada na vida de Alexandra acontece por acaso. “Então você quer homenagear a Clara Nunes? Mas você gosta da cantora ou do compositor?”, indagou Luciana Rabello ao notar que nove das 16 músicas do roteiro eram de Paulo César Pinheiro. “Eu tenho certeza que Clara Nunes ia adorar este show se você pudesse transcender isso. Você precisa se mostrar como artista, sair de detrás dela. Eu recebo 80 e-mails por dia de gente querendo homenagear Clara”, aconselhou-a. “Paulinho [forma carinhosa como se referem ao compositor maiúsculo] tem mais de 2.000 canções. Se quiser eu te dou tudo inédito”, ofereceu.



Luciana Rabello acabou por descobrir a voz autoral de Alexandra Nicolas, mesmo esta não sendo compositora, e assumiu a função de diretora musical deFestejos. Mais que isso, se tornou amiga íntima, uma irmã querida e escolhida. “Ela foi uma bênção de Deus na minha vida”, diz a maranhense.




Tudo começou em Senhora das Candeias, show que ela apresentou duas vezes no Teatro Arthur Azevedo, em São Luís, e que batiza o projeto patrocinado pela Eletrobrás, através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, que permitiu a feitura de Festejos, que sai pela Acari Records, a maior gravadora de choro no Brasil. Inicialmente ela recebeu uma fita com 20 composições de Paulo César Pinheiro: era o repertório do espetáculo. Para o disco, a amostra aumentou para quase 60 músicas, das quais 13 foram escolhidas, entre inéditas – a maioria – e regravações.

“Eu quero essas mulheres da festa!”, escolheu. “Todas as que Paulinho canta, elas são fascinantes, lindas e sensuais. É um amor puro! Elas possuem uma beleza que ninguém consegue ver. Quase ninguém consegue ver a beleza de uma lavadeira. Aí eu vi a verdade. Não era fantasia. Era palpável”. Alexandra começava a eleger o repertório de seu disco. Entre idas e vindas foram quase dois anos só na seleção do repertório, mergulhada de cabeça, corpo e alma.

“Paulo César Pinheiro é a pessoa mais leve que eu já vi na vida. Não sei de onde tira tanta simplicidade. Nem parece que existe, me deu o maior presente. Ele me deu a bênção e disse: “se você tiver que gravar um disco, quero que você grave aqui [no Rio de Janeiro]. Foi a partir daí que eu descobri verdadeiramente meu caminho”.







A partir de então, muitas idas e vindas na ponte aérea São Luís – Rio de Janeiro. Com ela festejam Adelson Viana (sanfona), Celsinho Silva (percussão), Dirceu Leite (flauta, picolo), Durval Pereira (percussão), João Lyra (arranjos, violão, viola), Julião Pinheiro (violão sete cordas), Luciana Rabello (cavaquinho e produção musical), Magno Júlio (percussão), Marcus Tadeu (percussão), Maurício Carrilho (arranjos, violão sete cordas), Paulino Dias (percussão), Pedro Amorim (bandolim) e Zé Leal (percussão).
Ao final de um processo de aprendizado, amadurecimento, risos, lágrimas e muita emoção, o próprio Paulo César Pinheiro definiu a ordem das músicas no disco e, acima de qualquer suspeita, escreveu sua apresentação: “acho que a maranhense conseguiu um belo disco. Abram alas pra ela que a festa começou”, para ficarmos com apenas um trecho.

Embalada pelo capricho do design de Raquel Noronha, a bolachinha é ilustrada por fotos de Márcio Vasconcelos, que captam Alexandra Nicolas, risonha e faceira, no sobrado em que nasceu o dramaturgo maranhense Arthur Azevedo, em 1855, uma segunda coincidência literária – a primeira é que Paulo César Pinheiro, apesar de nunca ter estado em São Luís do Maranhão, conhece-a bem a partir da obra de Josué Montello, e escreveu uma música que leva o nome da capital maranhense, faixa que fecha o disco.
Alexandra Nicolas sonha: “Eu quero fazer o Brasil cantar”. Nada na vida dela acontece por acaso.
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