Nossa linda
Alexandra está conquistando o Brasil! Hoje, o jornalista João Pimentel, de O
Globo, publicou uma bela reportagem sobre Festejos. Confira!!
"Para preparar o
repertório do CD, Alexandra teve
acesso ao baú de inéditas do compositor Paulo Cesar Pinheiro, e de lá pescou 13
canções compostas em parceria com Wilson das Neves, João Lyra e Roque Ferreira.
Acompanhada por um
time de músicos cariocas do primeiríssimo time (Mauricio Carrilho, João Lyra e
Pedro Amorim, entre outros) liderado pela cavaquinista Luciana Rabello (também
diretora artística do selo Acari Records, que lança o projeto), Alexandra Nicolas
ilumina a poesia de Paulo Cesar Pinheiro com interpretações ensolaradas e com
pitadas regionais.
O site da cantora
traz vídeos, depoimento de Paulo Cesar Pinheiro e outras informações, no
http://www.alexandranicolas.com.br/
Alexandra Nicolas
CD Festejos
Já na faixa que
abre o lindo CD “Festejos”, a maranhense Alexandra Nicolas entoa os versos de
“Mironga”, de Paulo Cesar Pinheiro: “Tem quem bate e faz zoeira/ Tem quem toca
como o quê/ Quem comprou tambor na feira/ Esse não sabe bater”. O poeta entende
do riscado e jamais abriria seu precioso baú de letras e melodias para uma
aventureira qualquer. A cantora chama atenção pela autoridade com que desvendou
dentro da obra do compositor o universo feminino, as homenagens às mulheres
brasileiras. Às cantadoras, às lavadeiras, à mulher do interior e do litoral como
bem diz Pinheiro no encarte do disco. E nessa viagem, é claro que ela encontrou
verdadeiros diamantes. O fato de Alexandra ter centrado sua pesquisa na alma
feminina do poeta ao invés de restringir, abriu um leque maravilhoso de ritmos,
conceituando de forma exemplar o trabalho.
Compositor
compulsivo, Paulo Cesar Pinheiro consegue aliar de forma única quantidade e
qualidade quando muitos de seus pares de geração se espreguiçam em redes de
conforto, de preguiça ou até mesmo de vazio criativo.
Com direção musical
da cavaquinista Luciana Rabello e a participação de instrumentistas como os
violonistas Maurício Carrilho e João Lyra, o bandolinista Pedro Amorim, o
pandeirista Celsinho Silva, entre outros, garantia de arranjos e execuções
primorosas, coube a Alexandra mostrar seu talento interpretativo, seu timbre
saboroso, o que fez com maestria. O resultado é um dos discos mais bonitos que
ouvi ultimamente. Um passeio por sambas, sambas-de-roda, cocos, chulas... Chama
atenção o fato de seis das treze músicas serem assinadas apenas por Pinheiro, o
que mostra que ele é genial também nas melodias, no conhecimento profundo de
ritmos. “Balacoxê de Iaiá” remete às iaiás do samba das regiões dos canaviais
do Rio e de Pernambuco; “Passista”, claro, às dançarinas dos terreiros das
escolas; já o coco embala a belíssima “Coqueiro novo”, “Coco” e “Coco da
canoa”, esta em parceria com João Lyra. Com Lyra ele também assina “Presente de
Iemanjá”.
De Pinheiro e
Wilson das Neves, Alexandra gravou “Lavadeira”, fez ótimas releitura de “Soberana”
e da chula “Bisavó Madalena” (“Nunca vi, vou contar pra vocês/ Dançarina igual
minha bisavó/ Madalena com cento e dezesseis/ Não perdia a pisada do forró”). De
outra parceria profícua, com o baiano Roque Ferreira, ela pescou o delicioso samba-de-roda
“Roda das sete saias”. Duas músicas
fecham o disco de forma magistral, “Ava Canindé” e “São Luiz do Maranhão”, uma
homenagem ao estado que nos deu o tambor de crioula, o boi-bumbá e outras
tantas manifestações fundamentais da nossa cultura.
Que os santos da
música abençoem a voz e o talento de Alexandra!"